Para reinaugurarmos um espaço precioso no contato direto da banda com o público, resolvemos usar o blog para expressarmos nossas próprias impressões sobre o novo álbum. Resolvemos fazer um faixa à faixa sobre o novo álbum, algo já tradicional em nossos últimos lançamentos. Confira:
por Leko Soares
1 - ...a Journey Begins
Não considero essa música uma introdução convencional. Embora tenha a função clara de introduzir o ouvinte ao clima do álbum e servir como um prólogo ao tema principal, ela também funciona perfeitamente como uma música independente, com início, meio e fim. Na minha opinião, o mais legal da “Journey Begins” são os harmônicos iniciais que seguem a “Sequência de Fibonacci” e logo de cara, já indicam a junção entre o místico e a ciência, algo presente ao longo de todo álbum.
2- Heretic Chant
É a típica música pra se tocar no início do show. Ela contém os elementos mais Folk Metal que usamos no início da carreira, com uma levada que remonta à ‘Bards Alliance’, faixa do nosso primeiro álbum. Existem, porém, novas nuances ao longo da música que inserem algumas abordagens que a banda não utilizava até então, como a sequência de acordes na ponte antes dos refrãos e os arranjos melódicos mais concentrados nos teclados ao invés de toneladas de guitarras, além, é claro, das linhas de vocal criadas com maestria pelo Daniel e que ajudaram a música a fugir do convencional.
3- God is Many
Foi a primeira música composta para o novo álbum. Ela reúne claramente todos os elementos que nós apresentamos ao longo do ‘Principles’: a veia Hard Rock, o Prog com influências setentistas e é claro, o Folk e o Power Metal. Ainda hoje, considero uma das melhores composições da banda desde sempre.
4 – Time Will Tell
Considero uma das melhores músicas do álbum. Confesso que a decisão de escolhê-la como um single experimental no ano passado talvez não tenha feito justiça à importância dela para o cd, já que na versão final, ela soa muito melhor do que o single. Além disso ela faz muito mais sentido ouvida na sequência do álbum, integrada ao contexto da história. Por que considero ela uma das melhores? Porque ela é riquíssima em detalhes e possui uma dinâmica peculiar que no meu ponto de vista é o que tem deixado alguns ouvidos mais confusos e outros mais encantados.
5 – Manipulative Waves
Me lembro que o riff principal dessa música foi composto em uma noite de bebedeira na antiga república em que o Daniel morava. Fora isso, é bem dahora observar como ela tem sido quase uma unanimidade nas resenhas que saíram até agora. A ‘Manipulative’ foi composta com 100% de intenção de ser uma música explosiva ao vivo e como geralmente eu curto mais ouvi-la quando tomo cerveja, acredito que é um excelente indício de que nos shows ela será matadora, rs.
6 – Night is Calling
Tive sérias dúvidas em relação a inclusão ou não dessa música no álbum. Ainda durante a fase de pré-produção, eu tinha a impressão que faltava um certo “recheio” pra torná-la forte o suficiente pra figurar no álbum. Porém, duas coisas me faziam insistir na música: O refrão, que é quase ingênuo de tão pegajoso e a parte do meio que praticamente virava a música de cabeça pra baixo (isso já desde a fase da demo). Pois bem, convencido por esses dois ‘argumentos’ a incluí-la no álbum, durante as gravações, o Léo, em especial, foi o cara responsável por oferecer aquele tal “recheio” que faltou na pré-produção. Os arranjos de sintetizadores e a introdução genial que o cara criou acabaram por trazer a ‘Night is Calling’ para o século XXI e não só a tornou digna de figurar no álbum, como acabou sendo a escolhida pra ser nosso primeiro video clipe do 'Principles'.
7 – And Dowland Plays
Trata-se de um interlúdio em que o Chrystian Dozza executa a faixa ‘Lachrimae Pavan’, de John Dowland, composição originalmente composta para alaúde. Dentro do contexto da história, não é uma faixa “enche-linguiça”, já que ela simboliza a conclusão entre o encontro de Giordano e o próprio Dowland, na Paris do século XVI. Tentamos projetar a imagem do Dowland tocando em uma taverna já com o sol nascendo, para um bando de bêbados.
8 – The Convict
Pra mim, o mais difícil foi “abraçar a causa” de tornar a ‘The Convict’ uma música Lothlöryen, em sua essência. Tinha sérias dúvidas quanto a isso, mas o riff principal, criado pelo Tim Alan, era forte demais pra ser deixado de lado. Durante a composição das partes de vocal, ficou bem nítido que teríamos que ousar extrapolar nossas referências até então e compor algo mais livre pra chegarmos num resultado que não sacrificasse a música só pra enquadrá-la demais ao estilo da banda. Felizmente, já durante as gravações, nos iluminou a bela sacada de utilizarmos dois refrãos distintos, já que eu tinha uma melodia em mente e o Daniel, outra bem diferente. Ouvindo hoje, me parece que a ideia do refrão mais acústico no final se tornou a ponte necessária entre o novo e o velho estilo Lothlöryen de compor.
9 – The Quest is On
Um pouco antes de lançarmos o álbum, liberamos essa faixa como single. Pra chegarmos a ela como escolhida, enviamos o trampo finalizado para alguns amigos de longa data, que já conhecem bem nossa trajetória e nosso estilo e depois de algumas audições, pedimos opiniões sobre qual música deveria ser o single. A escolha da galera, felizmente, era uma das minhas três pré-selecionadas e após o lançamento e a repercussão, ficou claro, que os caras estavam certos. Na minha opinião, a ‘The Quest is On’ contém a maioria dos elementos que o ouvinte vai encontrar ao longo do álbum. Ela tem um certo acento pop, mas é pesada, Folk e complexa em termos de arranjos, mesmo sendo uma música fácil de sacar.
10 – Who Made the Maker?
É um interlúdio para o que ainda está por vir e a fala do Carl Sagan nessa faixa é um questionamento que se encaixa não só no momento em que ela aparece no álbum, mas como em todo o conceito que tentamos explorar ao longo desse trampo.
11 - The Law & the Insider
Minha música favorita do 'Principles'. Acredito que em todos os álbuns do Lothlöryen as faixas mais complexas e que mais surpreendem ficam guardadas para o fim. Elfic do '...of Bards' e Unfinished Fairytale, do 'Some Ways' são exemplos. Enfim, aqui a história se repete e essa faixa pra mim simboliza o auge criativo em que nos encontrávamos durante as gravações. O mais legal pra mim na 'The Law' são as constantes mudanças de dinâmica e direção que ela oferece. Pra nós que a tocamos, parece uma música de 12 minutos resumidos em 6, devido a quantidade de elementos apresentados ao longo da faixa. A parte lírica também é complexa pois, discorrendo sobre o princípio hermético da Causa e Efeito, ela se enquadra ao mesmo tempo à visão mística proposta pelo Hermetismo, mas também à discussão atual sobre a alienação da massa, algo que temos vivenciado de camarote (ou participado) através da histeria política que nos assola atualmente, principalmente com a pseudo intelectualidade reinante nas redes sociais.
12 – Wavery Time
Acredito que baladas são importantes para a dinâmica de qualquer álbum, ainda mais em se tratando de álbuns de Metal, que atualmente, devido às ‘exigências’ do mercado, acabam muitas vezes padronizando um nível de compressão geral que cansa o ouvinte e não prende tanto a atenção quanto deveria. Pois bem, o papel de uma balada, nesse caso, é trazer dinâmica e descansar um pouco a tempestade sonora na mente do cara que ouve o cd. No caso específico desse novo álbum, nós trabalhamos com picos de dinâmica nas masters, para termos momentos em que a música ‘abaixa’ para pegar fôlego e subir novamente até chegar à superfície do ouvinte, retomando a atenção do cara. Portanto, a balada, nesse caso, não necessariamente serve para quebrar a “tempestade de compressão”, mas para, depois de uma jornada longa e que exigiu a atenção do cara que está tentando acompanhar a viagem do cd,entregar um fim reflexivo e que seja complementar e coerente à trama apresentada. Além do mais, trabalhamos para que o fim do álbum estive em harmonia com o início, formando um ciclo completo. Ou seja, acabou de ouvir o cd, comece novamente e sua perspectiva da segunda vez já será totalmente diferente!
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